sábado, 11 de outubro de 2014

Acidificação dos oceanos cresce 26% nos últimos 200 anos, diz relatório


O pH dos oceanos aumentou 26% em média nos últimos 200 anos, ao absorver mais de um quarto das emissões de CO2 geradas pela atividade humana, adverte um relatório publicado nesta quarta-feira (8), em Seul.

Pesquisadores ligados à Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) analisaram centenas de estudos existentes sobre este fenômeno para redigir o documento que apresentaram em Pyeongchang (Coreia) por ocasião da 12ª reunião da convenção das Nações Unidas sobre a proteção da biodiversidade.

O relatório destaca a gravidade do fenômeno, que apresenta uma rapidez sem precedentes e um impacto muito variado, que seguirá aumentando nas próximas décadas. "É inevitável que entre 50 e 100 anos as emissões antropogênicas de dióxido de carbono elevem a acidez dos oceanos a níveis que terão um impacto enorme, quase sempre negativo, sobre os organismos marinhos e os ecossistemas, assim como sobre os bens e serviços que proporcionam", destacam os cientistas.

A acidez dos oceanos varia naturalmente ao longo do dia, das estações, do local e da região, mas também em função da profundidade da água. "Os ecossistemas das costas sofrem uma maior variabilidade do que os que estão em alto mar", destacam os pesquisadores.

Alguns trabalhos revelam que a fertilização de certas espécies é muito sensível à acidificação dos oceanos, enquanto outras são mais tolerantes.

Os corais, moluscos e equinodermos (estrelas do mar, oriços e pepinos do mar, por exemplo) estão particularmente afetados por esta mudança, que reduz seu ritmo de crescimento e sua taxa de sobrevivência, mas algumas algas e microalgas podem se beneficiar, do mesmo modo que alguns tipos de fitoplânctons.

O relatório destaca o impacto sócio-econômico já visível em algumas regiões do mundo: na aquicultura do noroeste dos Estados Unidos e na criação de ostras.

Os riscos para as barreiras de coral nas zonas tropicais também são uma "enorme preocupação, já que envolvem a subsistência de 100 milhões de pessoas, que dependem destes habitats".

Segundo os pesquisadores, "apenas a redução das emissões de CO2 permitirá deter o problema".

G1 Natureza

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Mundo está fracassando nas metas para 2020 de proteção da natureza


Governos estão fracassando no cumprimento de metas para proteger animais e plantas sob um plano estabelecido para a biodiversidade até 2020, o qual também busca aumentar o abastecimento alimentar e desacelerar a mudança climática, mostrou um relatório da Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira.

Muitas espécies raras enfrentam um crescente risco de extinção, florestas estão sendo desmatadas por fazendeiros a uma taxa alarmante, e a poluição e a pesca excessiva continuam, apesar de um esforço da ONU, definido em acordo em 2010, para reverter as tendências prejudiciais para a natureza.

“Tem havido um aumento no esforço (pelos governos)… mas isso não será suficiente para se alcançar as metas”, disse Bráulio de Souza dias, secretário-executivo da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), à Reuters, citando o relatório de progresso sobre o tema.

No geral, o relatório da Previsão para a Biodiversidade Global, divulgado no começo de um encontro sobre o tema na Coreia do Sul, nesta segunda-feira, mostrou que apenas cinco das 53 metas estabelecidas para se preservar a natureza estavam dentro da meta ou à frente do itinerário. As outras 48 estavam para trás.

Os governos estão no caminho certo, por exemplo, em relação a uma meta que estabelece 17 por cento da área terrestre mundial até 2020 como áreas protegidas para a vida marítima, tais como parques ou reservas.
Mas estavam para trás em metas como cortar pela metade a taxa de perda de habitats naturais, ou de prevenir extinções de espécies conhecidas ameaçadas.

“Apesar de histórias individuais de sucesso, o risco médio de extinção para pássaros, mamíferos e anfíbios ainda cresce”, disse o relatório, acrescentando que a biodiversidade significa mais do que campanhas para salvar orangotangos, ursos polares ou sapos raros.

Pedindo que os governos redobrem os esforços, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o sucesso na preservação da vida no planeta ajudaria nas metas de “eliminar a pobreza, melhorar a saúde humana e fornecer energia, alimentos e água potável para todos”.

Outros relatórios da ONU estimaram, por exemplo, que a polinização por insetos - amplamente feita por abelhas - vale cerca de 190 bilhões de dólares por ano ao assegurar a produção da alimentos.

O relatório de segunda-feira estimou que o mundo precisaria gastar entre US$ 150 bilhões e US$ 440 bilhões por ano para alcançar as metas de 2020.

Reuters

Surgimento de outros casos de Ebola na Europa é 'inevitável', diz OMS


Mais casos do vírus Ebola vão se espalhar quase que inevitavelmente pela Europa, mas o continente está bem preparado para controlar a doença, disse nesta terça-feira a diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em entrevista à agência de notícias Reuters poucas horas após o primeiro caso de contágio local de Ebola ser confirmado na Europa, em uma enfermeira na Espanha, a diretora da OMS para Europa, Zsuzsanna Jakab, disse que mais incidentes do tipo são "inevitáveis".

Autoridades de saúde espanholas disseram que três pessoas foram hospitalizadas, além da enfermeira, para tentar conter uma maior disseminação do Ebola, após o primeiro caso de uma pessoa a contrair o vírus fora da África.

"Tais casos importados e eventos similares ao que aconteceu na Espanha também vão acontecer no futuro, muito provavelmente", disse Jakab à Reuters em entrevista por telefone de seu gabinete em Copenhague.
"É algo bastante inevitável... que tais eventos ocorram no futuro, por causa do grande número de viagens tanto da Europa para os países afetados como no sentido inverso", disse.

Vários países na região europeia da OMS, incluindo França, Grã-Bretanha, Holanda, Noruega e Espanha, trataram pacientes repatriados após contraírem o Ebola na África Ocidental, onde a doença tem se espalhado por Guiné, Serra Leoa e Libéria desde março, matando mais de 3,4 mil pessoas no maior surto da doença já registrado.

Jakab disse que os funcionários de saúde destacados para cuidar dos pacientes, assim como seus familiares e pessoas próximas, eram os que tinham maior risco de serem infectados.

"Vai acontecer", disse. "Mas a coisa mais importante em nosso ver é que a Europa ainda se encontra em risco baixo e que a parte ocidental da região europeia em particular é a mais bem preparada do mundo para responder a febres virais hemorrágicas, incluindo o Ebola", afirmou.

G1

sábado, 4 de outubro de 2014

Canadá terá 1ª usina de captura de carbono em larga escala do mundo


A primeira planta em larga escala de captura e armazenamento de carbono do mundo, construída em uma termelétrica a carvão no Canadá, será inaugurada na quinta-feira (2). Se for bem-sucedido, o projeto piloto, de CAD$ 1,4 bilhão (US$ 1,25 bilhão) poderá renovar o interesse no uso de carvão para a geração de energia, em um momento em que vários países buscam desativar as térmicas a carvão - uma das principais fontes de emissão de gases causadores do efeito estufa, associadas com o aquecimento global.

A inauguração da planta, em Estevan, na província de Saskatchewan, é "um ponto significativo" na história do desenvolvimento das tecnologias de captura e armazenamento de carbono, informou em um comunicado a diretora da Agência Internacional de Energia (AIE), Maria van der Hoeven.

Essas tecnologias nascentes permitem capturar o dióxido de carbono (CO2), resultante da combustão de combustíveis fósseis ou de processos industriais, e possibilitam seu armazenamento subterrâneo. "A experiência nesse projeto será criticamente importante", afirmou van der Hoeven.

"Desejo ao operador da planta muito sucesso em demonstrar ao mundo que a captura de CO2 de uma usina geradora de energia em larga escala na verdade não é ficção científica, mas realidade atual', acrescentou.

A AIE prevê que a captura e o armazenamento de carbono responderão por um sexto das reduções de emissões globais até 2050. Sem a tecnologia, a agência informou que dois terços das reservas comprovadas de petróleo não poderão ser comercializadas.

O carvão não renovável é usado para gerar 40% da eletricidade do mundo, segundo a SaskPower. A usina tem três térmicas a carvão, que geram quase metade da energia usada na província canadense, assim como 70% de suas emissões de gases provocadores do efeito estufa.

A SaskPower reparou sua antiga represa Boundary para produzir mais de 110 megawattss de energia limpa, capturando ao mesmo tempo um milhão de toneladas ao ano de dióxido de carbono.

G1 Natureza

Atividade humana ameaça jazida de pegadas pré-históricas na Bolívia


Um morro íngreme no sudeste da Bolívia guarda mais de 5 mil pegadas de animais, algumas de até um metro, que datam de mais de 65 milhões de anos. Mas esse tesouro paleontológico está ameaçado pela atividade humana.

O morro, chamado Cal Orcko (montanha de cal, em quéchua), é uma das maiores jazidas de fósseis de pegadas do mundo. Fica nos arredores da cidade de Sucre, no sudeste dos vales bolivianos.

Na esplanada de terra, é possível ver fileiras de pegadas em diferentes direções. Os diâmetros variam em tamanho, e as formas revelam o contorno das patas, sobretudo, de saurópodes, tiranossauros, terópodes, ornitópodes e anquilossauros.

Ao todo, há 5.055 pegadas individuais de animais de pelo menos oito espécies diferentes e 462 rastros contínuos, ou seja, sequências de pegadas.

"Como jazida paleontológica de pegadas, Cal Orcko é uma das maiores do mundo", afirmou o cientista boliviano Omar Medina, integrante da Sociedade Científica Universitária de Paleontologia (Sociupa).

O local recebe 120 mil visitas ao ano.

"É a maior jazida paleontológica do mundo e, para mim, é o máximo. Os turistas vão embora alucinados, surpresos", contou o morador Juan Carlos Molina.

Perto desse sítio natural, fica a fábrica de cimento Fancesa, que retira calcário da pedreira vizinha, ininterruptamente. Os donos da empresa são o governo regional, a prefeitura da cidade e a universidade estadual local.

"O precipício foi bastante afetado, porque foram muitos anos de trabalho tirando matéria-prima", explicou à AFP Elizabeth Baldivieso, administradora do Parque Cretáceo, fundação privada que cuida do local.

Segundo Elizabeth, uma parte norte da região está em perigo, enquanto a parte sul será protegida.
Já o secretário de Turismo e Cultura do Governo de Chuquisaca, Juan José Padilla, disse à AFP que essa é "uma visão um pouco alarmista do tema", alegando que Fancesa se comprometeu a apoiar a preservação do local.

Os vestígios registrados em Cal Orcko são maiores do que os existentes em outras reservas, como Lark Quarry (Austrália), Yanguoxia (China) e Altamira (Espanha), de acordo com uma pesquisa feita pelo Parque Cretáceo.

Pegadas em uma superfície quase vertical

Curiosamente, as pegadas registradas nesta montanha de cal, com 1,5 km de extensão e 110 metros de altitude, estão sobre uma rocha com 72 graus de inclinação.

A presença desses rastros em uma superfície quase vertical é um fenômeno que sempre desperta a curiosidade dos visitantes, contou Medina, mas a explicação é o movimento das placas submarinas.

"Uma vez que os dinossauros se extinguem no Terciário, nosso planeta começa a sofrer grandes movimentos orogênicos, movimentos de placas tectônicas, de deslizamento de continentes, e as placas marinhas começam a provocar aqui uma espécie de efeito sanfona", afirmou o especialista.

Em outras palavras, até 65 milhões de anos atrás, ao final do Cretáceo, esse morro era uma lagoa, habitada por diferentes espécies que deixaram suas pegadas no barro. O espaço aquífero secou, as marcas foram seladas e, finalmente, os movimentos orogênicos colocaram a planície em posição quase vertical.

A visualização das marcas começou em meados da década de 1990, pela própria ação do tempo, da chuva e da erosão. Além disso, parte do morro ficou descoberto depois que a fábrica Fancesa começou a explorar a pedreira de calcário.

Em 2009, a Bolívia inscreveu Cal Orcko na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como patrimônio natural da humanidade. A entidade recusou o pedido, justamente em observação às políticas de preservação.

Após as objeções, o projeto será reformulado e apresentado novamente ao órgão em 2015.

G1


Casos de febre chikungunya já foram identificados em 13 estados brasileiros


De acordo com uma nota divulgada nesta quarta-feira (1) pelo Ministério da Saúde, 79 casos de infecção pelo vírus chikungunya foram identificados no Brasil – dos quais 41 foram transmitidos já dentro do país. Os demais 38 casos são, portanto, de pacientes que foram infectados durante viagens a outros países. Desde maio deste ano, especialistas têm alertado ao JB  sobre a possibilidade de entrada do vírus no país e da necessidade de intensificação das medidas dos órgãos de saúde para evitar que a doença se espalhe. Os primeiros dois casos de transmissão interna do vírus foram divulgados no dia 16 pelo Ministério da Saúde e atualmente, 13 estados do país já registraram contaminação pelo vírus.

As primeiras transmissões internas registradas no Brasil ocorreram no extremo norte do país, em Oiapoque, no Amapá, na segunda semana de setembro. No Amapá, foram registrados 8 casos, mas 158 casos suspeitos da doença haviam sido reportados pelo município para a Vigilância Epidemiológica do Amapá até o fim do mês. A maior parte dos casos de transmissão interna está na Bahia. São 33 casos identificados e 562 pessoas com suspeitas de febre chikungunya.

No Oiapoque, apesar de o secretário de Saúde de Oiapoque, Oscar Morais, afirmar que o sistema está suportando a demanda, o município já teria decretado situação de emergência por causa da doença desde a última sexta-feira.

Quanto aos casos que entraram no país, São Paulo concentra a maior parte das incidências. Foram registrados 17 infectados no estado. No Ceará foram identificadas quatro pessoas com a doença e tanto no Rio de Janeiro quanto em Roraima, três pacientes foram diagnosticados com a febre. Além desses casos, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal registraram dois casos; Amazonas, Amapá, Goiás, Maranhão e Pará tiveram cada um apenas uma notificação de casos importados.

De acordo com a pasta, os casos importados foram detectados em pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.
Órgãos de saúde em alerta

Desde o final de 2013, um plano nacional de contingência da doença foi preparado. Na época, casos no Caribe haviam sido confirmados. O plano de contingência teria como metas a intensificação das atividades de vigilância; a preparação de resposta da rede de saúde; o treinamento de profissionais; a divulgação de medidas às secretarias e a preparação de laboratórios de referência para diagnósticos da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, medidas de prevenção e identificação de casos foram intensificadas e contariam com o apoio das Secretarias Estaduais de Saúde do Amapá e da Bahia.  Para isso, os órgãos de saúde teriam constituído equipes com técnicos destas secretarias para orientar a busca ativa de casos suspeitos e emitir alerta às unidades de saúde e às comunidades. Além disso, teriam sido implementadas ações de bloqueio de casos suspeitos e eliminação de criadouros para conter o mosquito transmissor da doença.

Febre Chikungunya 

A doença é parecida com a dengue possui o mesmo vetor – o mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas da doença são febre, dores nas articulações, mal-estar, cefaleia e exantema. Em relação à dengue, as dores nas articulações costumam tser mais intensas na febre chikugunya, mas normalmente a doença é mais branda do que a dengue. A febre chikungunya chegou ao país principalmente por militares e missionários brasileiros que voltaram de missão no Haiti. 

Os sintomas costumam durar de três a 10 dias, e a letalidade da doença, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, é rara, sendo menos frequente até que nos casos de dengue.

Jornal do Brasil